25/06/2003

Agência oficial do governo divulga notícia sobre rádios comunitárias

A Agência da Radiobrás abriu espaço ontem, pela primeira vez, para divulgar notícia sobre as rádios comunitárias, dando a real dimensão do drama de milhares de emissoras que aguardam o sinal verde do governo federal para colocar seus transmissores no ar. No próximo dia 2 de julho, expira o prazo dado pelo Ministro das Comunicações, Miro Teixeira, para que o Grupo de Trabalho, criado especialmente para este fim, analise cerca de 4.400 requerimentos de rádios comunitárias que pleiteiam autorização para funcionar. A partir da desova desses processos, parados no Ministério desde o governo passado, espera-se maior agilidade na resposta a essas demandas. Leia a notícia divulgada pela Agência Radiobras:
 
Rádios comunitárias querem sair da clandestinidade
 
Fabricio Azevedo
 
Brasília, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - As rádios comunitárias lutam para deixar a clandestinidade. A grande maioria não é regulamentada, mesmo havendo legislação para isso. Os militantes da categoria vive em um limbo semi-oficial onde reina uma confusão raramente esclarecida: a fronteira entre uma emissão comunitária e uma transmissão pirata. Para o assistente administrativo Fernando dos Santos, presidente da rádio Comunidade de Brazlândia, no Distrito Federal, a culpa é da mídia. "Não somos piratas e nem clandestinas, são termos pejorativos contra nós. Só não temos autorização do governo", explica. Para Fernando, a rádio traz muitos benefícios,como valorizar artistas locais, disponibilizar informações de interesse comunitário e aumentar a interação na vizinhança. "As pessoas gostam de ouvir nomes de conhecidos na rádio e ter informações que não seriam divulgados em outros veículos", diz. Santos reclama da morosidade do governo. "O processo da minha rádio está há mais de dois anos no Ministério das comunicações, sem nenhuma resposta". A rádio de Brazlândia opera desde 1997.
 
Fernando Santos passou por vários problemas para manter a rádio. A emissora já foi fechada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pela Polícia Federal e teve o equipamento apreendido. Foi necessário uma ordem judicial para liberar o material. "Há pouco interesse que as rádios comunitárias funcionem. Os donos do poder econômico também querem controlar a informação", acusa. Para ele, é necessário que as comunitárias não sejam tratadas como foras-da-lei. "Não interferimos com sistemas de comunicação dos bombeiros, polícia ou de aviões. Já enviamos cartas e eles responderam que isso não ocorre. Não queremos ser tratados como caso de polícia", insiste Santos.
 
A Anatel, no entanto, diz que o risco de rádios fora das especificações afetarem as telecomunicações é real. Em 2002, foram recebidas 5.430 denúncias de uso indevido do espectro eletromagnético. Destas, 60% diziam respeito a rádios não autorizadas. "A aparelhagem que guia aviões para o pouso e decolagem usam freqüências de FM próximas das rádios. O perigo é grande", informa Edilson dos Santos, superintendente de Radiofrequência e Fiscalização da Anatel.
 
Legalmente, as rádios comunitárias têm legislação própria _ a Lei Nº 9612 de 1998. A norma define que as emissoras deste tipo podem ter transmissores de no máximo 25 watts de potência, antena de no máximo 30 metros de altura e, obviamente, não ter fins lucrativos. Os diretores devem ser brasileiros natos e a licença não pode ser t
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