20/07/2001

Timorenses fazem intercâmbio para reerguer país

Um grupo de 11 timorenses, representantes da Igreja e de Organizações Não Governamentais, encerrou hoje a estadia de um mês no Brasil, onde veio para aprender sobre saúde, educação e direitos humanos. A viagem faz parte de um intercâmbio entre os dois países, num esforço internacional de reconstrução do Timor. Na primeira fase do projeto, dois brasileiros embarcaram para Dili e agora o grupo de 11 timorenses esteve aqui.

O período de estadia encerrou-se hoje (20/07/2001), numa confraternização que reuniu, na sede do Centro Cultural 25 de Abril, Centro de São Paulo, representantes de Guiné Bissau, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal, além do Brasil e Timor Leste.

Todos os representantes dos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) presentes no encontro lembraram a importância da luta de Timor pela democracia e a afirmação da língua portuguesa em seu território.

Nos 26 anos em que estiveram sob domínio da ditadura indonésia, os timorenses foram proibidos de falar português nas ruas e dentro de casa. Com o fim da ditadura, o país procura reencontrar-se com sua identidade e com a democracia.

O representante do grupo, Nuno Rodriguez, disse que "a colaboração de todos os países de língua portuguesa é muito importante nesta hora".

Um dos criadores do grupo brasileiro Clamor por Timor, Frei João Xerri, lembra que "apesar da importante ajuda da ONU (Organização das Nações Unidas) na reconstrução dos partidos políticos é preciso ter em mente que um país é muito mais que isso, que se faz com acordos de cooperação como este, em que os timorenses tem a chance de vir a cá e de nos receber também"

Alexandre Pereira, presidente do Centro Cultural 25 de Abril, entidade luso-brasileira, anfitriã da confraternização, disse que "é importante este encontro dos países da CPLP em torno da visita de Timor porque reafirma a importância da língua e da cultura na reconstrução do país".

O chanceler de Portugal em São Paulo, Dércio Gonçalves esteve presente, indicado pelo cônsul Português, ausente por estar viagem. Para ele, "reafirma-se mais uma vez a importância da língua portuguesa na construção de Timor".

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.