Da pauta à publicação: conheça as reportagens produzidas na 12ª edição do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão
Neste ano, o tema do Prêmio Jovem Jornalista foi: “Jornalismo em tempos de pandemia”. Estudantes de todo o Brasil tiveram acesso a uma série de videoconferências com jornalistas, especialistas e professores, além de integrarem uma redação virtual para produzir reportagens especiais com acompanhamento de mentores. Conheça aqui as reportagens produzidas nesta edição
Um dia a recordar
Nesta terça-feira, dia 15, foi realizada a avaliação dos processos e produtos do 12º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, assim como a diplomação dos estudantes de jornalismo que participaram da etapa prática proposta nesta edição. De 1º de outubro a 8 de dezembro, os participantes organizaram-se em grupos para discutir pautas e desenvolver reportagens a partir do tema “Retratos do Brasil na pandemia”.
Idealizado e organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, o Prêmio Jovem Jornalista deste ano contou com diversos momentos de destaque. Além da produção de reportagens, os participantes tiveram contato com jornalistas, especialistas e professores renomados a partir de quatro videoconferências. Cada uma tratou de temas relevantes para a atualidade como o combate a fake news, o acesso à informação, democracia e direitos humanos e a formação de identidades a partir do jornalismo.
A lista de participantes fez jus à pertinência dos assuntos abordados, contando com Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), o cartunista Renato Aroeira entre tantos outros. Todas as quatro conferências foram gravadas e encontram-se disponíveis no canal do YouTube do Instituto Vladimir Herzog.
Na segunda fase, os inscritos foram divididos em 10 grupos, sendo cada um deles auxiliado por um jornalista profissional: Angelina Nunes, Victor Ferreira, Paulo Oliveira, Bianca Vasconcellos, Thiago Borges, Leonêncio Nossa, Marcelo Soares, Dácio Nitrini, Juliana Kunc Dantas e Fausto Salvadori. Todas as produções dos grupos já estão publicadas no site e divulgadas nas mídias sociais do Prêmio.
Com o tema central focado na pandemia do novo coronavírus no Brasil, os alunos foram sensibilizados inicialmente com uma aula magna ministrada pelo sanitarista e docente da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) Gonzalo Vecina.
A pandemia, principalmente no Brasil, se mostrou cada vez mais um prisma para analisar diversos problemas estruturais que aparecem neste país. Não à toa foi tema central das produções. Com isso, os participantes puderam exercer os elementos essenciais da profissão com sensibilidade que deve marcar todo o fazer jornalístico. Como resultado, uma série de reportagens instigantes que se propõem a um relato do nosso tempo.
Os temas foram amplos e diversos, passando pelos seguintes recortes: os problemas educacionais no Brasil expostos pela pandemia; a gestão do lixo em momentos marcados pelo seu aumento de produção domesticamente; os relatos de grupos sociais afetados pela doença e pelas medidas adotadas para combatê-la; os desafios enfrentados nos presídios; a maneira como grupos marginalizados socialmente sofreram com a pandemia; o povo indígena em meio a pandemia; os percalços que se apresentaram aos profissionais da saúde na maior crise sanitária do século; a cobertura da imprensa em meio a era da desinformação; histórias de amor e perdas que se deram durante a pandemia e a forma como o saneamento precário freou o combate à doença no Brasil.
Os trabalhos produzidos buscaram estimular as capacidades técnicas e criativas dos alunos, permitindo que explorassem as possibilidades de uma estrutura multimídia a partir de formatos diversos que vão desde reportagens escritas, que se valeram inclusive de ferramentas das redes sociais, até vídeos e áudios, inclusive podcasts.
Esta edição do Prêmio Jovem Jornalista teve recorde absoluto de inscritos em doze anos de história: a primeira etapa contou com 391 estudantes dos cursos de Jornalismo ou Comunicação Social, oriundos de 110 instituições de Ensino Superior de 24 estados do Brasil e a segunda etapa com 176 participantes.
Sobre o Prêmio
Por conta das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus e considerando, especialmente, as dificuldades que instituições de ensino superior, professores e alunos enfrentavam para administrar o semestre acadêmico, o PJJ foi reestruturado para o formato remoto.
As conferências e as práticas que envolveram a produção das reportagens consideraram não apenas o ambiente da pandemia, mas o contexto de desinformação e disseminação de notícias falsas; o acesso à informação e a transparência de dados do governo; a questão racial que motivou manifestações em todo o mundo, inclusive em diversas redações; e o papel do jornalismo na defesa da democracia e dos direitos humanos.
O 12º Prêmio Jovem Jornalista é uma homenagem ao jornalista Fernando Pacheco Jordão, que sempre se preocupou com o desenvolvimento dos jovens profissionais de imprensa. Falecido em 2017, Pacheco Jordão atuou na redação de importantes emissoras de rádio, televisão e jornais de circulação nacional.
A iniciativa é do Instituto Vladimir Herzog e conta com a parceria estratégica da OBORÉ e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e apoio do coletivo Periferia em Movimento. O patrocínio é do Google.
Todas as informações relativas ao projeto, assim como as produções dele geradas estão no site: www.jovemjornalista.org.br.
