Criado pela OBORÉ em dezembro de 1994 como “Projeto Repórter 2000”, assume a atual denominação na virada do milênio e vem oferecendo, desde então, alternativas de autodesenvolvimento a estudantes universitários da graduação que desejam aprofundar o conhecimento e a prática da reportagem - a alma do jornalismo.
O Projeto Repórter do Futuro concebe e desenvolve cursos temáticos modulados, viagens de estudos e reportagens, ciclos de cinema, rodas de conversa com profissionais consagrados, entrevistas exclusivas e redações - laboratório com cobertura colaborativa para dar conta de congressos jornalísticos e grandes eventos na cidade.
Para que os cursos sejam gratuitos, de alto nível e possam alcançar todo o leque de estudantes interessados, a OBORÉ estabelece parcerias com instituições de referência em suas áreas de atuação e que também acreditam na importância desta proposta de formação.
Com as entidades parceiras são estabelecidos o cronograma, o conteúdo da atividade com vistas à abordagem de temáticas relevantes e o estímulo ao processo de aprendizagem dos futuros profissionais da comunicação. As atividades são realizadas sempre em dias, horários e períodos que não colidam com a grade dos cursos de Jornalismo.
Renatto D'Souza - Câmara Municipal de São Paulo
Nesses 25 anos, o Repórter do Futuro veio desenvolvendo uma metodologia própria de prática reflexiva nos seus diversos cursos modulados: Palestras / Conferências de Imprensa seguidas de Entrevistas Coletivas e posterior produção textual para análise individual dos professores e profissionais da Coordenação Pedagógica. Ao final, coloca-se sempre o desafio para que essa produção jornalística (impressa, radiofônica, televisiva ou multimídia) consiga veiculação nos meios de comunicação que constituem o chamado mercado de trabalho.
Contando com o apoio das coordenações dos principais cursos de jornalismo da cidade de São Paulo, organizações expressivas da sociedade civil, profissionais de ponta do jornalismo e a participação de lideranças comunitárias, gestores públicos, especialistas, autoridades e personalidades do mundo político, acadêmico e cultural, o Repórter do Futuro já contribuiu com a formação de cerca de 800 jovens nestes seus 25 anos de existência.
Para garantir que sejam cumpridas as diretrizes gerais que nortearam a criação do projeto e, ao mesmo tempo, sejam implementadas as necessárias correções de rota frente a um panorama de rápidas e profundas transformações econômicas, sociais, culturais e tecnológicas, dispomos de dois Conselhos: o Universitário (constituído por professores das diversas faculdades ) e o de Orientação Profissional (formado por destacados jornalistas que têm índole de professor mas que não deram, não dão e não darão aula em qualquer curso regular da graduação).
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Curso de Jornalismo em Guerra e Violência Armada
Desde 2001, realizado anualmente em parceria com o CICV – Comitê Internacional da Cruz Vermelha, vem contando com o apoio da ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e IPFD – Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais. Juristas, militares, policiais e jornalistas ministram conferências de imprensa e concedem entrevistas coletivas sobre as normas internacionais aplicáveis em situações de conflito armado e outras situações de violência e o trabalho da imprensa nestes contextos. Além disso, é apresentado o perfil da ampla ação humanitária do CICV em cerca de 80 países.
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Cinema e Jornalismo: Luzes sobre São Paulo
Criado em 2021, o curso é realizado anualmente pelo Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais (IPFD), em parceria com a OBORÉ Projetos Especiais, e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo. Este módulo promove um diálogo entre o jornalismo e o cinema com o intuito de jogar luz sobre a cidade de São Paulo e sua complexidade cultural, social, econômica, política e urbana. Neste curso, os estudantes são convidados a assistir filmes, participar de debates, reflexões e entrevistas coletivas com especialistas sobre as obras cinematográficas e as temáticas envolvidas na programação, além de produzir, durante o percurso, obras audiovisuais sobre as temáticas visitadas.
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Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter
Criado em 2003, realiza-se em conjunto com a Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo e é apoiado pela ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e IPFD – Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais. A partir de conferências e entrevistas coletivas com especialistas, vereadores e jornalistas, promove a investigação dos principais problemas da cidade de São Paulo: Educação, Saúde, Habitação, Emprego e Renda, Trabalho, Meio Ambiente, Lixo, Saneamento Básico, Segurança Pública, Violência, Transporte e Mobilidade. Enquanto o curso se desenvolve em sala de aula ao longo de 3 meses, sempre aos sábados, 10 duplas de estudantes encaram o desafio da Operação Final que consiste em realizar reportagens de fôlego nos bairros periféricos e/ou junto à população mais vulnerável tendo como eixo os temas tratados pelos especialistas convidados. Ao final, essa produção jornalística é colocada à disposição da TV Câmara e demais veículos da Casa.
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Cobertura dos Congressos Internacionais de Jornalismo Investigativo
Nos sete últimos congressos internacionais de jornalismo investigativo, promovidos pela ABRAJI, recém-formados e estudantes que já participaram de módulos do Projeto Repórter do Futuro foram desafiados a constituir uma Redação-Laboratório e providenciar cobertura do evento, alimentando em tempo real o site oficial que apresenta o conteúdo das dezenas de mesas e apresentações diárias. A atividade é acompanhada de perto, ao longo dos três dias de Congresso, por um time de jornalistas e professores que estimulam e orientam os jovens repórteres nas diversas etapas de produção das notícias. Essa complexa empreitada trabalha o incentivo à iniciativa, criatividade e desenvolvimento da individualidade e. simultaneamente, o sentido de disciplina, cooperação e respeito rigoroso a prazos e acurácia informativa.
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Correspondentes da Cidadania
Realizado em 2023, o curso é uma realização conjunta da OBORÉ, do Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais (IPFD) e da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), com o apoio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Foi especialmente desenhado para possibilitar aos participantes conhecerem as diversas estruturas, competências e estratégias da política municipal de Direitos Humanos e sua rede de serviços na cidade de São Paulo.
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Rodas de Conversa com os ganhadores do “Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos”
As Rodas dão conta dos bastidores e do que há “por baixo” das fotos, charges/ilustrações e reportagens consagradas pelo mais importante prêmio de imprensa no Brasil desde que o Esso deixou de existir. Realizadas horas antes das solenidades de entrega do troféu concebido por Elifas Andreato, as Rodas vêm se constituindo numa verdadeira Aula Magna para estudantes e estudiosos do jornalismo brasileiro. Oportunidade única para uma profunda confraternização e tranquila troca de informações e observações entre alguns dos mais qualificados profissionais do País, essas sessões de quatro horas de duração são assistidas por uma plateia de estudantes e gravadas na íntegra por um pool* de emissoras públicas, comunitárias e acadêmicas. Esse material, sem qualquer edição, fica disponível pela internet para toda faculdade, todo professor que queira utilizá-lo, a qualquer momento, como ferramenta auxiliar nas suas aulas.
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Grande parte das matérias ganhadoras (desde 1979) estão disponíveis no site do Prêmio. Assim, o curioso, estudante ou pesquisador tem possibilidades efetivas de conhecer o produto, o processo e o projeto que disparou tudo isso. Trata-se, sem dúvida, de uma forma simples e eficaz de colocar grandes jornalistas em sintonia direta com os Repórteres do Futuro. E sem concorrência desleal para com os professores que se percebem, nos últimos tempos, atacados e desprestigiados por todos os lados. -
Curso de Informação sobre Jornalismo e Direitos Humanos
Módulo inaugurado e organizado em 2014 pela Conectas e OBORÉ, com o apoio da ABRAJI. Estudantes de Relações Internacionais, Direito e Jornalismo têm a oportunidade de conhecer importantes estudiosos do tema Direitos Humanos, desde os aspectos que fundamentam a área até como funciona o sistema internacional de direitos humanos e política externa brasileira.
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Direito de Defesa e Cobertura Criminal
Criado em 2015, o objetivo do módulo organizado pelo IDDD - Instituto de Defesa do Direito de Defesa e ABRAJI é apresentar a estudantes de jornalismo conceitos básicos que fundamentam o sistema prisional brasileiro e destacar a importância do direito de defesa no processo penal.
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Descobrir a Amazônia – Descobrir-se Repórter
Criado em 2007 pelo IEA - Instituto de Estudos Avançados da USP, OBORÉ, ABRAJI e IPFD, teve apoio efetivo do CCOMSEx - Centro de Comunicação Social do Exército, FAB - Força Aérea Brasileira, Cátedra UNESCO de Comunicação, CNU – Canal Universitário de São Paulo e TV USP. Especialistas, militares e estudiosos ministram conferências de imprensa e concedem entrevistas coletivas sobre os mais diversos temas que cercam a Amazônia como mudanças climáticas, segurança nacional, reservas naturais, conflitos agrários, direitos indígenas e políticas ambientais.
A gênese do Repórter do Futuro remonta aos anos 1990, no espaço formal da sala de aula, mas que aos poucos transitou para fora dos muros da escola. Demonstrou sua pertinência, importância e viabilidade quando uma série de reportagens produzida por estudantes apareceu estampada nas páginas de um grande periódico paulista e foi muito bem avaliada tanto pela equipe do jornal quanto pelos leitores.
Para reconstruir o momento seminal do Projeto, buscamos recuperar depoimentos de dois protagonistas – os jornalistas Sergio Gomes e Manuel Carlos Chaparro, à época professores e colegas no Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (CJE / ECA-USP).
Começava o ano de 1991 quando, na semana do aniversário de fundação da cidade de São Paulo, o jornal Diário Popular (agora extinto) divulgou uma série de reportagens especiais abordando os principais problemas da capital: São Paulo 437 Anos – Cidade x Cidadão. Esta série, publicada de 21 a 25 janeiro daquele ano, foi inteiramente desenvolvida por estudantes dos quatro primeiros semestres de Jornalismo da ECA-USP como parte das atividades laboratoriais da disciplina Jornalismo Comunitário, ministrada, à época, por Sergio Gomes, jornalista e diretor da OBORÉ, com a colaboração de Manoel Carlos Chaparro, professor do curso e responsável pelo seu principal órgão laboratorial, o Jornal do Campus.
Além de proporcionar ao Diário Popular um pacote de reportagens de qualidade que não faziam parte de sua pauta cotidiana - teria sido necessário alocar uma equipe inteira de profissionais para esta cobertura -, a experiência deixou claro os benefícios do envolvimento dos estudantes com a prática concreta do Jornalismo para sua formação profissional.
Nesse sentido, o acordo entre a instituição de ensino e a empresa jornalística permitiu, em uma relação ganha-ganha, unir aprendizado profissional e oferta de conteúdo diferenciado aos leitores da publicação. Ganharam os alunos, ganhou o jornal, mas, principalmente, ganhou o cidadão.
Vale destacar que a série recebeu o reconhecimento da mesa diretora da Câmara Municipal de São Paulo e de seu presidente à época, o vereador Arnaldo Madeira, um dos relatores da Lei Orgânica do Município.
A iniciativa tornou-se o embrião do projeto de complementação universitária denominado “Repórter 2000” que, de dezembro de 1994 a dezembro de 2000, passou a ser oferecido pela OBORÉ a estudantes “que querem chegar lá como jornalistas de verdade”. Em 2001, a proposta foi rebatizada de “Projeto Repórter do Futuro” e, desde então, as atividades são mantidas por um grupo de colaboradores e parceiros que se responsabiliza pela gestão e condução pedagógica dos seus diversos módulos. Em 2001, a proposta foi rebatizada de “Projeto Repórter do Futuro” e, desde então, as atividades são mantidas por um grupo de colaboradores e parceiros que se responsabiliza pela gestão e condução pedagógica dos seus diversos módulos.