15/01/2005
Imprensa sindical: acervo da Hemeroteca passa para guarda do CEDEM/UNESP
Publicações sindicais produzidas a partir da década de 70 e que integram o acervo da Hemeroteca Sindical Brasileira acabam de ser incorporadas aos arquivos e coleções do Arquivo Histórico do Movimento Operário Brasileiro (ASMOB), de propriedade do Instituto Astrojildo Pereira - IAP, e passam à guarda do Centro de Documentação e Memória da Universidade Estadual Paulista - CEDEM/UNESP.
O convênio entre o IAP e a Hemeroteca, a ser assinado no final de janeiro, vai garantir a preservação deste acervo formado por matrizes, originais, material fotográfico jornais, boletins, folhetos, filipetas, adesivos, cartazes, brindes, torpedos, cadernetas, revistas, dossiês, inclusive títulos extintos e algumas coleções completas que resgatam a memória recente dos trabalhadores, dia-a-dia construída pela imprensa dos sindicatos.
O CEDEM, com a guarda do acervo, vai trabalhar na sua catalogação e no seu restauro para que, posteriormente, possa estar acessível para consulta e pesquisa. O material, mais de 600 títulos, passará por um processo meticuloso de limpeza e será acondicionado de forma a resistir à ação do tempo. Depois seguirá para classificação, no padrão do que faz a Biblioteca Nacional e será inteiramente informatizado.
Os arquivos da Hemeroteca se juntam agora aos de Astrojildo Pereira (fundador do Partido Comunista Brasileiro - PCB), Oscar Niemeyer, Jorge Amado e Luis Carlos Prestes, entre outras personalidades. O CEDEM abriga ainda os arquivos do MST e da administração de Luiza Erundina, prefeita da cidade de São Paulo entre 1989 e1992.
Para o historiador José Luiz Del Roio, os arquivos da Hemeroteca complementam um período do qual o ASMOB não tinha registros - de 1978 a 1989 - e que ele considera "de importância e coincidência absurdas". Del Roio explica que o acervo do movimento operário brasileiro vai do final do Século XIX - com os materiais anarquistas, o nascimento dos sindicatos e dos partidos políticos - e segue em vários blocos até o golpe de 1964 e que a parte mais rica dele é exatamente a resistência clandestina ao golpe militar de 1964 e até 1979, quando acabava a clandestinidade.
Houve então, uma decisão da direção da ASMOB que o acervo se encerrava ali, cumpria seu papel de arquivo e entrava num outro momento histórico. "A Hemeroteca, e ai está a coincidência absurda, vai tratar exatamente da origem, de como das trevas sai para a luz, ainda não é legal, mas já não é clandestino, não há mais repressão. Nós não temos a parte referente ao desenvolvimento democrático de 78 a 89, que é um dos mais extraordinários movimentos da história do Brasil, que teve a sua grande conquista na Constituição de 1988. Esse período complementa totalmente os arquivos que já temos. Isso é o que de mais rico proporcionam os arquivos da Hemeroteca", acredita Del Roio.
O convênio entre o IAP e a Hemeroteca, a ser assinado no final de janeiro, vai garantir a preservação deste acervo formado por matrizes, originais, material fotográfico jornais, boletins, folhetos, filipetas, adesivos, cartazes, brindes, torpedos, cadernetas, revistas, dossiês, inclusive títulos extintos e algumas coleções completas que resgatam a memória recente dos trabalhadores, dia-a-dia construída pela imprensa dos sindicatos.
O CEDEM, com a guarda do acervo, vai trabalhar na sua catalogação e no seu restauro para que, posteriormente, possa estar acessível para consulta e pesquisa. O material, mais de 600 títulos, passará por um processo meticuloso de limpeza e será acondicionado de forma a resistir à ação do tempo. Depois seguirá para classificação, no padrão do que faz a Biblioteca Nacional e será inteiramente informatizado.
Os arquivos da Hemeroteca se juntam agora aos de Astrojildo Pereira (fundador do Partido Comunista Brasileiro - PCB), Oscar Niemeyer, Jorge Amado e Luis Carlos Prestes, entre outras personalidades. O CEDEM abriga ainda os arquivos do MST e da administração de Luiza Erundina, prefeita da cidade de São Paulo entre 1989 e1992.
Para o historiador José Luiz Del Roio, os arquivos da Hemeroteca complementam um período do qual o ASMOB não tinha registros - de 1978 a 1989 - e que ele considera "de importância e coincidência absurdas". Del Roio explica que o acervo do movimento operário brasileiro vai do final do Século XIX - com os materiais anarquistas, o nascimento dos sindicatos e dos partidos políticos - e segue em vários blocos até o golpe de 1964 e que a parte mais rica dele é exatamente a resistência clandestina ao golpe militar de 1964 e até 1979, quando acabava a clandestinidade.
Houve então, uma decisão da direção da ASMOB que o acervo se encerrava ali, cumpria seu papel de arquivo e entrava num outro momento histórico. "A Hemeroteca, e ai está a coincidência absurda, vai tratar exatamente da origem, de como das trevas sai para a luz, ainda não é legal, mas já não é clandestino, não há mais repressão. Nós não temos a parte referente ao desenvolvimento democrático de 78 a 89, que é um dos mais extraordinários movimentos da história do Brasil, que teve a sua grande conquista na Constituição de 1988. Esse período complementa totalmente os arquivos que já temos. Isso é o que de mais rico proporcionam os arquivos da Hemeroteca", acredita Del Roio.
A Hemeroteca e suas atividades
Criada em 10 de setembro de 1991, durante o 1º Encontro Paulista dos Profissionais da Comunicação Sindical, a Hemeroteca Sindical Brasileira tem como objetivo reunir a imprensa sindical corrente - todo e qualquer material informativo produzido pelos departamentos de imprensa das entidades sindicais, intersindicais e associações de classe de trabalhadores de todo o Brasil - e contribuir para a sua preservação. Sua fundação contou com o apoio da Biblioteca Nacional como forma de divulgar e garantir o cumprimento da Lei do Depósito Legal (Decreto nº 1825 de 20/12/1907).
Concebida na época como um centro de apoio ao curso de Jornalismo da ECA/USP - até então o único entre os 65 cursos de Jornalismo existentes no Brasil que mantinha uma disciplina com esse caráter (Jornalismo Sindical), a Hemeroteca nasce também com a proposta de dar subsídios aos alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores das diversas áreas da Universidade e a todos que s