Repórteres do Futuro já em ação

“Pouca Saúde e muita Saúva os males do Brasil são”, já apregoava Macunaíma, personagem símbolo do modernismo brasileiro na obra do nosso grande escritor Mário de Andrade. Décadas depois, os grandes problemas que afligem a vida do nosso povo assumem outros ares e outras esferas. Violência extrema, trânsito caótico, transporte insuficiente, Educação de pouca qualidade, falta de acesso à Saúde e alto índice de desemprego são os males que enfrentam os paulistanos, na opinião de 1.145 estudantes de jornalismo de seis escolas de comunicação de São Paulo.

A pesquisa foi aplicada por representantes da ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e da OBORÉ entre 8 de fevereiro e 18 de março em salas de aula da PUC-SP, ECA-USP, Casper Líbero, São Judas Tadeu, Mackenzie e Metodista. O objetivo é subsidiar a construção do temário do novo módulo do Projeto Repórter do Futuro - “Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter”, que será ministrado aos sábados, entre os meses de abril e maio, para quem quer ser jornalista de verdade.

As inscrições para o teste de seleção, marcado para o dia 9 de abril, às 13h30, já estão abertas no site da OBORÉ (www.obore.com) e da ABRAJI (www.abraji.org.br). São apenas 25 vagas, para que os participantes possam ter acompanhamento individual de todas as atividades envolvidas no curso: conferências de imprensa seguidas de entrevistas coletivas, operação ponto final, produção de matérias e empenho em publicar ao menos uma delas, em qualquer veículo de comunicação que tenha um editor responsável.

O curso é pago e custa, simbolicamente, um salário mínimo. Se o estudante comparecer a todas as aulas e cumprir com todas as atividades propostas, recebe o cheque de volta: é a chamada Reembolsa, que mede o empenho de cada um em vencer os desafios do dia a dia de um repórter frente à sua pauta.

A pesquisa também buscou detectar quais são as personalidades que mais entendem dos problemas apontados pelos estudantes e os jornalistas que mais entendem de Brasil. Isso para revelar se os estudantes estão realmente atualizados quanto às fontes de informação para suas reportagens, se têm hábitos de leitura diária de jornais, revistas, sites e livros, e se costumam ouvir rádio e assistir televisão. Em tese, a coordenação do Projeto pretende conhecer quem são as referências e os formadores de opinião que têm expressão junto aos jovens futuros jornalistas.

Na opinião dos estudantes – com média de idade variando entre 19 e 23, cursando do 1º ao 4º ano nos períodos matutino e noturno – o quadro é o seguinte:

Violência (26%): Caco Barcellos, Marcelo Rezende, Percival de Souza, José Luis Datena e Saulo de Castro Abreu

Trânsito / Transporte (14%): Roberto Scaringella, Ulrich Hoffmann, José Serra e Fred Bussinger.

Educação (11,5%): Gilberto Dimenstein, Marilena Chauí e Gabriel Chalita.

Saúde (9,5%): Dráuzio Varela, José Serra, José Aristodemo Pinotti e Adib Jatene.

Desemprego (9%): Eduardo Nunes (presidente do IBGE), Luiz Marinho (Presidente da CUT) e Marta Suplicy.

Agora, cada uma dessas personalidades será convidada a proferir palestra e conceder entrevista coletiva no módulo.