Seminário Preparatório para a 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador
Começou ontem (17), em São Paulo, o Seminário Preparatório para a 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador. O encontro, que conta com a participação de cerca de 300 pessoas vindas de vários Estados, vai debater as ações prioritárias e elaborar uma proposta de política nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador. Depois de discutida em âmbito municipal, estadual e nacional, a proposta seguirá para deliberação na 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, que acontecerá de 3 a 6 de julho de 2005, e tem o objetivo de definir as políticas para o setor.
Pela primeira vez, depois de dez anos, o tema Saúde do Trabalhador ganha espaço numa conferência específica. Por isso, a grande expectativa em torno do seminário que é promovido pelo Conselho Nacional de Saúde com o respaldo de três Ministérios: da Saúde, do Trabalho e Emprego, e da Previdência Social.
Um dos mais atuantes parlamentares na área da saúde, o deputado federal Roberto Gouveia (PT/SP) participou da mesa de abertura do seminário e destacou a importância da união dos ministérios na realização da conferência. "Será a primeira conferencia de Saúde do Trabalhador no Brasil que acontecerá a partir de uma iniciativa intersetorial. Hoje, estamos dando um passo histórico e me dá muita alegria ver que isso acontece na gestão do Lula que sabe como ninguém do que estamos falando, porque sofreu um acidente de trabalho como tantos brasileiros."
Também participaram da abertura do seminário, a secretária executiva do Conselho Nacional de Saúde, Eliane Cruz, a secretária de Inspeção do Trabalho, Ruth Vilela, o secretário de Previdência Social, Helmut Schwartz, a diretora de Programas Estratégicos do Ministério da Saúde, Teresa Campos, representando o secretário de Atenção à Saúde, Jorge Solla, o representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Honório de Castro, o representante da CUT, Jesus Francisco Garcia, e o coordenanador da Gestão Descentralizada, Fabio Mesquita, representando o secretário Municipal da Saúde da Cidade de São Paulo, Gonzalo Vecina.
Segundo Mesquita, um dos maiores desafios do governo é garantir que haja vigilância eficaz na área de Sáude dos Trabalhadores. "É preciso debater também como a Saúde dos Trabalhadores, que hoje é alocada em serviços especializados, em São Paulo e em outras cidades, pode expandir a sua porta de entrada para a rede pública de saúde, na atenção básica, na atenção hospitalar, e ao mesmo tempo garantir o fortalecimento do SUS".
O seminário prosseguiu com o painel "Como garantir a integralidade e a transversalidade da ação do Estado em Saúde dos Trabalhadores". Coordenado por Vitor Gomes Pinto, representante do Serviço Social da indústria - SESI e da CNI, o painel teve a participação de Geraldo Adão Santos, representante da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas - COBAP, Diógenes Martins, da Força Sindical, Jorge Machado, da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - ABRASCO, e Mário Bonciani, diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Na parte da tarde foram realizados mais dois painéis. O primeiro, "Como incorporar a Saúde dos Trabalhadores nas políticas de desenvolvimento sustentável no País?" contou com a participação do Secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do Município de São Paulo, Marcio Pochmann, do presidente da CUT, Luiz Marinho, do representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG - Luiz Gonzaga de Araújo, e de Paulo Honório de Castro, representando a CNI. Esse painel foi coordenado por João Donizeti Scaboli, da Força Sindical.
Pochmann destacou em sua fala, as mudanças por que tem passado o mundo nas últimas décadas e a nova divisão internacional do trabalho que coloca os países em duas frentes: os que investem em ciência e tecnologia e, portanto, estimulam o "trabalho de concepçã