21/10/2004

Sindicato dos Jornalistas de São Paulo entrega 26º Prêmio Vladimir Herzog

Criado em 1978, por iniciativa do Comitê Brasileiro de Anistia, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, da Comissão de Justiça e Paz da Cúria Metropolitana/SP, em união com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog pela Anistia e Direitos Humanos chega a sua 26ª edição. A solenidade de entrega dos prêmios será na próxima segunda-feira, 25, às 19h30, no Parlatino (Rua Auro Soares de Moura Andrade, 564 - portão 10 - Barra Funda - São Paulo/SP - próximo ao metrô Barra Funda).

Foram inscritos 299 trabalhos em dez categorias, um número recorde nos 26 anos de existência do prêmio, o principal em Direitos Humanos para jornalistas no País. Os vencedores ganham uma estatueta com o perfil de Herzog criada pelo artista plástico Elifas Andreatto.

Já foram agraciados com o Herzog os jornalistas Carlos Dornelles, Chico Pinheiro, Carlos Tramontina, Caco Barcelos, Cláudio de Oliveira, Florestan Fernandes Júnior, entre inúmeros outros profissionais que defendem a cidadania e lutam contra todo tipo de tortura e exclusão social, batalhadores dos direitos à moradia, educação e saúde.

A morte de Vlado: marco na luta pela redemocratização do país

O jornalista Vladimir Herzog, iugoslavo naturalizado brasileiro, havia acabado de fechar a edição noturna do telejornal na TV Cultura - emissora na qual era diretor do Departamento de Jornalismo - quando dois agentes da ditadura militar entraram na redação e lhe deram voz de prisão. Companheiros de Vlado, como Herzog era mais conhecido, convenceram os agentes a não prendê-lo. Como não tinha nada a temer, o jornalista combinou que prestaria esclarecimentos na sede do DOI-CODI na manhã seguinte.

Era noite de 24 de outubro de 1975, última vez que Vlado foi visto com vida. No dia seguinte, seu corpo foi apresentado à imprensa pendurado na grade de uma cela - mais baixa que a altura do jornalista -, numa tentativa primária dos militares para simular um enforcamento. A versão oficial na época foi de suicídio. Na verdade, Herzog foi torturado e assassinado. No dia 31, um culto ecumênico em sua memória foi celebrado na Catedral da Sé, com mais de 8.000 pessoas presentes.

Outras milhares de pessoas não conseguiram chegar, impedidas pelas 385 barreiras policiais armadas nas principais vias de acesso da capital. Para os militares, tão afeitos às armas e à violência, o tiro saiu pela culatra, já que a morte de Vladimir Herzog foi o estopim do processo de redemocratização do Brasil.


Veja quem são os vencedores:

XXVI Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia
e Direitos Humanos - 2004

ARTES

CHRISTIANO MASCARO
"Série de cartuns"
Jornal Diário de Pernambuco

MENÇÃO HONROSA

ARY MORAES
Ilustrações " Mulheres sofrem mais" (Jornal Estado de Minas)
e "Muito além da tortura" Revista Estado de Minas

MENÇÃO HONROSA

MARCIO BARALDI
"Conjunto de trabalhos abordando a temática dos Direitos Humanos"

FOTOGRAFIA

TERESA CRISTINA MAIA DANTAS
"Sem teto, sem destino"
Jornal Diário de Pernambuco

MENÇÃO HONROSA

WANIA CRISTINA CORREDO
"Garimpo contra a fome"
Jornal Extra - RJ

MENÇÃO HONROSA

ALBARI ROSA DA SILVA
Conjunto de Fotos: "Devorados pela miséria"
Jornal Gazeta do Povo - Paraná

LIVRO REPORTAGEM

JAN ROCHA e SUE BRANFORD
"Rompendo a cerca: a história do MST"
E

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