03/07/2001

Lula é favorito na sucessão presidencial, com 35%

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT (Partido dos Trabalhadores) é o candidato favorito à presidência do Brasil para 35% dos 12.601 brasileiros entrevistados na última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada neste domingo. O percentual é maior que o dobro do segundo colocado, Ciro Gomes, do PPS (Partido Popular Socialista) e três vezes mais que o terceiro, o atual governador de Minas Gerais, Itamar Franco, do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), com 12% das intenções de voto. Em quarto aparece o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, do PSB (Partido Socialista Brasileiro), com 11%.
O atual ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, o economista José Serra, provável candidato governista, só aparece na pesquisa em quinto lugar, com 8%.
A crise energética que o Brasil atravessa e a nebulosidade permanente no cenário econômico puxaram para baixo a popularidade de Fernando Henrique, arrastando com ela as esperanças do candidato governista. Por mais que José Serra tenha se destacado na Assembléia das Nações Unidas sobre Aids, que terminou nesta quarta-feira, em Nova York, com a vitória da política pública de saúde do Brasil sobre a indústria farmacêutica americana no caso das patentes de remédios para a Aids, não foi o suficiente para fazer a população esquecer as atitudes desastradas do Governo que levaram ao racionamento de energia elétrica e os casos de corrupção que envolvem nomes importantes das alianças mais estreitas de Fernando Henrique.
Já para Lula, mais importante que o total de 35% das intenções de voto, são os 5% que fazem a diferença entre esta pesquisa e o teto histórico de votos que o PT obtém desde a primeira eleição para a presidência da qual participou, em 1990. O ex-metalúrgico Lula tem uma média histórica de 30% nas votações, que apesar de ser alta, esbarra sempre em uma resistência arraigada dos setores mais conservadores da sociedade brasileira, o que o fez ser derrotado no segundo turno das últimas três eleições das quais participou, a primeira para Fernando Collor de Mello, que terminou cassado e agora aparece com 1%, e depois para Fernando Henrique Cardoso.

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