02/12/2003

Secretaria Municipal da Saúde divulga estratégia para conter avanço da tuberculose

A Secretaria Municipal de Saúde - SMS - realiza no próximo dia 5 de dezembro, sexta-feira, o I Encontro de Tuberculose da Cidade de São Paulo e dá início ao programa que visa reduzir os casos de tuberculose no município. A cada ano, surgem 7 mil novos casos e morrem cerca de 500 pessoas. Se devidamente tratada, a doença tem cura. É nisso que a SMS acredita ao lançar sua nova estratégia de combate.
 
Batizado de Operação Apague essa Mancha!, o programa vai colocar em prática o tratamento supervisionado em que o doente toma a medicação diária assistido por um profissional da saúde na Unidade Básica de Saúde (UBS), nos ambulatórios de especialidades, nos centros de referência de AIDS, ou até mesmo em sua residência. O objetivo é que a medicação não seja interrompida até o  término do tratamento. Os medicamentos da tuberculose são todos gratuitos e fornecidos somente nos serviços públicos.

A doença tem cura, mas é preciso tomar os medicamentos prescritos por pelo menos seis meses e, em hipótese alguma, suspendê-los. O que acontece com freqüência é que passado um mês do tratamento, sentindo-se melhor, o doente deixa de tomar os remédios. Com isso, ele provavelmente voltará a ter os sintomas da tuberculose e a contaminar outras pessoas.

Para incentivar a adesão ao programa, todos que comparecerem aos serviços de saúde para tomar os remédios terão direito a lanches e ajuda de custo para o transporte. Ao cumprir sua rotina de tratamento, terão também direito a uma cesta básica.

O encontro, que pretende reunir cerca de 800 pessoas, marca o início da nova estratégia que, além da adesão do doente, para dar certo precisará contar também com o envolvimento dos profissionais da saúde. Estarão presentes: o Secretário Municipal da Saúde, Dr.  Gonzalo Vecina Neto, membros dos Conselhos Municipal, Regionais  e Locais de Saúde, gerentes de todas as unidades assistenciais de Saúde, coordenadores de área, representantes das Secretarias Municipais da Educação e Assistência Social, além de ONGs e parceiros do Programa de Saúde da Família (PSF).

O que é o tratamento supervisionado
O tratamento supervisionado da tuberculose vem sendo recomendado pela Organização Mundial da Saúde desde 1993, quando declarou a doença como uma emergência mundial. Prevê que o doente se dirija diariamente à Unidade Básica de Saúde mais próxima de seu trabalho ou residência para tomar os remédios. É uma mudança na forma de administrar os medicamentos sem mudar o esquema terapêutico.

Esta estratégia está baseada em 5 premissas básicas que são: comprometimento político dos governos, com apoio da sociedade civil e dos profissionais de saúde; organização do sistema de laboratório para realização de diagnóstico bacteriológico; garantir medicação para todos os doentes; a supervisão da tomada do medicamento e um sistema de informação que permita avaliar e acompanhar todos os casos.

Além de garantir o sucesso do tratamento, o contato diário com os profissionais da saúde ajuda o doente a superar medos, porque será melhor informado sobre a doença e, na eventualidade do medicamento provocar algum efeito adverso, será mais prontamente assistido. O objetivo é tornar o doente e o serviço de saúde que ele procura habitualmente co-responsáveis pelo tratamento.

Caso o Programa de Saúde da Família - PSF - esteja implantado na região, é facilitada a realização do acompanhamento em casa para tomada da medicação durante pelo menos seis meses de duração do tratamento, todos os dias ou no mínimo 3 vezes

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