07/06/2001

Trabalhadores rurais elegem o maior corrupto brasileiro

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG – anunciou hoje, os resultados da “eleição” do maior corrupto brasileiro. Fernando Henrique Cardoso foi eleito com 11.143 votos (81%), seguido por Antônio Carlos Magalhães, com 1.210 (8,8%), Jáder Barbalho, 517 votos (3,7%) e o governador do DF, Joaquim Roriz, com 495 votos (3,6%).

Entre os dez mais votados aparecem ainda o juiz Nicolau dos Santos, Fernando Collor, José Roberto Arruda e Paulo Maluf. Foram contados 13.850 votos de Brasília e de outros Estados. A contagem, entretanto, ainda é parcial, visto que alguns Estados ainda não enviaram seus resultados.

A eleição foi feita em tom de protesto contra a corrupção. De acordo com as lideranças da CONTAG, os mais de R$ 20 bilhões desviados poderiam ter sido aplicados na melhoria da qualidade de vida da população rural do país.

As 10h30, os cinco mil trabalhadores rurais acampados em Brasília fizeram uma passeata da Esplanada dos Ministérios até o Ministério do Desenvolvimento Agrário, onde foi instalada uma porteira pela qual passaram cem trabalhadores. Um a um recebeu das mãos de um “carteiro”, um envelope contendo terra que, em seguida, era rasgado e jogado no chão em frente ao Ministério. O portão foi então, derrubado e pisoteado pelos trabalhadores rurais.

A “solenidade”foi um protesto contra a orientação do Governo Federal para que os interessados em receber terras da reforma agrária fizessem o cadastramento pelos Correios. O governo veiculou uma peça publicitária incentivando o cadastramento onde se pergunta “pra que pular cerca se a porteira está aberta”. Os trabalhadores instalaram uma faixa com os dizeres: “A porteira de FHC é pequena para 4 milhões de trabalhadores sem terra”.

Segundo o presidente da CONTAG, Manoel dos Santos, a verdadeira intenção do Governo Federal, ao criar o cadastro, era a de enfraquecer os movimentos sociais que lutam pela terra, responsáveis pela organização dos trabalhadores rurais em sua exigência por terras. “O governo mentiu quando disse que ia assentar todos os trabalhadores cadastrados e aprovados em 120 dias, e agora, já está dizendo que não era bem isso, que o cadastro é para fazer um planejamento”, disse Manoel.

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