10/03/2023

Série de TV mostra produções audiovisuais sobre a cidade feitas por estudantes do Projeto Repórter do Futuro

A caminho da segunda temporada, série vai ao ar toda segunda-feira, às 16h30, no Canal 8.3 Digital, com transmissão ao vivo pelo site da Rede Câmara SP. Iniciativa reúne entidades parceiras da OBORÉ, como Rede Câmara SP, Escola do Parlamento e Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais (IPFD).

Aconteceu nesta terça-feira, 7, a gravação do 10º episódio do programa Repórter do Futuro – série veiculada na grade regular de programação da TV Câmara com entrevistas e reportagens produzidas por estudantes que participam dos diversos módulos do Projeto Repórter do Futuro (PRF), idealizadora e mantenedora das atividades de formação do PRF. A série vai ao ar toda segunda-feira, às 16h30, no Canal 8.3 Digital, com transmissão ao vivo pelo site da Rede Câmara SP.

No 10º episódio, que vai ao ar em abril, os entrevistados foram o vereador Eliseu Gabriel (PSB) e os jornalistas Oswaldo Colibri Vitta e Sergio Gomes, organizadores da edição 2022 do Cinema e Jornalismo: “Luzes sobre São Paulo” - módulo do PRF voltado a jovens universitários da área da Comunicação na qual obras cinematográficas atuam como dispositivo para reflexões, discussões, ideias de pautas, práticas de reportagem e produção de conteúdo audiovisual na cidade de São Paulo.

Conduzido por Amanda Stabile e Augusto Oliveira, jornalistas que participaram ativamente das iniciativas do PRF, o programa tratou, com Sergio Gomes e Eliseu Gabriel, da importância de existir uma formação sobre Cinema e Jornalismo na lista de cursos do Projeto Repórter do Futuro. Abordou também a chegada do novo e-book do módulo, um compilado das reportagens desenvolvidas ao longo da formação, com lançamento previsto em abril durante a 12ª Semana de Leitura da Cidade de São Paulo – iniciativa do vereador, que presidiu, até o mês passado, a Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal.

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Da esquerda para direita: Oswaldo Colibri Vitta, Vereador Eliseu Gabriel, Amanda Stabile, Augusto Oliveira e Sergio Gomes posam para foto no estúdio Vladimir Herzog na Câmara de São Paulo. Foto: Thaís M.Manhães.

Com a mão na massa

Antigamente para se fazer um documentário era preciso uma grande equipe, equipamentos de captação de som e imagem, e tudo isso tornava o ofício caro. Com a evolução da tecnologia, hoje é possível produzir um documentário de qualidade que caiba, literalmente e metaforicamente no bolso - por meio de um celular.

Para ilustrar a afirmação, apresento um exemplo. O documentário “Da Ponte Pra Cá”, produzido ao longo da primeira edição do módulo “Cinema e Jornalismo - Luzes sobre São Paulo”, foi exibido este ano na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O doc, produzido por meio de celulares, aborda três coletivos de produção audiovisual na Zona Sul de São Paulo - Grajaú, Vila Missionário e Capão Redondo.

Isabela Alves, Letícia Lima e Mariana dos Santos produziram o documentário “Da Ponte Pra Cá”, exibido na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Presente na foto apenas Isabela Alves (a quinta da esquerda para direita). Foto: perfil do Instagram da Isabela Alves.

“As mesmas dificuldades que eles falaram durante o documentário de não ter equipamentos, de ter que improvisar, a gente também viveu isso. Só tinha o meu celular para fazer a gravação, e a gente só comprou um [microfone] de lapela. Depois não deu para usar essa lapela, enfim, então a gente teve que improvisar. Em algumas cenas dá para perceber [as entrevistadas] com o meu celular no colo, porque a gente usou isso para captar o som”, diz Isabela Alves, uma das produtoras do documentário.

Além da qualidade jornalística do material desenvolvido durante os módulos, Sergio Gomes, diretor da OBORÉ e idealizador do PRF em 1994, apontou que grande parte dos documentários produzidos neste curso foram filmados por meio de câmeras de celulares. Sergio é um entusiasta do pensar/fazer/avaliar e durante a entrevista parafraseou o cineasta argentino Fernando Birri: “Melhor o imperfeito com sentido que o perfeito sem sentido".

É preciso produzir, colocar os pensamentos em ação. De nada vale pensar e guardar o pensamento consigo, é preciso encontrar uma forma de comunicá-lo, tendo como base os pilares jornalísticos de investigação.

Bastidores da gravação. Foto: Thaís M.Manhães.

O vereador Eliseu Gabriel, apoiador de vários módulos do Repórter do Futuro e autor da emenda parlamentar que viabilizou a realização dos módulos sobre Cinema e Jornalismo, enfatizou a relevância de apoiar iniciativas de complementação universitária para jornalistas. A chegada das mídias digitais, que facilitou a propagação das “fake news” e disparos em larga escala, colocou em questão a verdade factual, matéria-prima do fazer jornalístico, o que vem causando descrédito no jornalismo por parte da sociedade.

O jornalista Oswaldo Colibri Vitta, responsável pela condução do módulo, destacou o jornalismo de proximidade, a “a pauta pode estar em sua casa”. É comum que muitos estudantes de jornalismo acreditem que uma boa reportagem ou documentário, por exemplo, são aqueles de alcance impossível. Por acreditar que o bom é o inalcançável, acabam, como Ícaro, com as ideias ao chão, e não as colocam em prática.

Colibri relembrou da aula com Mariana Gabriel, jornalista e cineasta produtora do documentário “Minha avó era um palhaço”. Mariana produziu a obra a partir de uma das histórias de sua avó, e que por tabela, acaba por contar também um pouco da história do Brasil. Conclusão: uma boa pauta pode estar mais perto do que o jornalista imagina.

O Projeto Repórter do Futuro

Com 29 anos de estrada, o Projeto Repórter do Futuro aglutina diversos módulos temáticos como forma de ajudar na complementação universitária dos estudantes de graduação em Jornalismo e demais áreas da Comunicação. Todos os cursos seguem a metodologia da “sala de aula invertida”, em que o estudante se prepara com pesquisas, leituras e análises sobre cada tema antes das aulas. A ideia é gerar pessoas proativas na busca de conhecimento.

Os encontros acontecem em vários formatos, como, por exemplo, conferências de imprensa, entrevistas coletivas, rodas de conversas e encontros com profissionais consagrados. Nas dinâmicas, os estudantes são estimulados, a todo momento, a encontrar pautas, pensar em maneiras de desenvolvê-las, definir formatos e planejar em quais veículos seria possível publicar. Os estudantes são sempre acompanhados pelo núcleo interno de profissionais do projeto.

É sempre recomendado que os estudantes, durante o curso, se esforcem para publicar suas reportagens a partir de pautas produzidas e levantadas nos encontros. Ao final de cada módulo, os participantes são também estimulados a produzir uma grande reportagem para veiculação em órgãos de imprensa que contem com editores e supervisores. Assista a algumas dessas produções no canal do YouTube da OBORÉ.

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SERVIÇO

Programa Repórter do Futuro na TV Câmara de São Paulo

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Texto de Thaís M.Manhães.

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